A Juventude na Visão da Sociologia:
A sociologia leva em consideração as transformações da psique e do corpo humano, no tempo e espaço, que se relacionam com a história e a cultura. Ela o faz por meio de uma Construção Social.
As experiências juvenis são marcadas por negociações sociais e por constantes interações entre o indivíduo e a sociedade. Para compreender sociologicamente a juventude, precisa-se considerá-la em dois aspectos:
A Situação ou Condição Social: Se explica por meio do seu caráter relacional, ou seja, pelos vínculos que o jovem mantém no seu dia a dia e onde vive. Logo, a diferença de quem você é hoje e quem será daqui a 20 anos está relacionado com as mudanças que ocorrem graças às suas relações sociais, afetivas e profissionais, às suas percepções de mundo e formas de agir sobre ele.
As Representações Sociais: Onde a sociedade cria suas próprias opiniões e sentimentos sobre jovens ao mesmo tempo em que o indivíduo atribui sentido à própria existência, pensando e refletindo sobre ela.
Compreendendo a Juventude:
Para compreender a juventude, a Sociologia precisa primeiro definir o período onde ela começa e termina. A Organização Mundial da Saúde (OMS), adota o critério cronológico e aponta três grupos para a juventude: Adolescente (10 a 19 anos), jovens (15 a 19 anos) e jovens adultos (20 a 24 anos). Já no Brasil, a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) define como jovens indivíduos entre 15 e 29 anos e estabelece três faixas: Jovem-Adolescente (15 a 17 anos), Jovem-Jovem (18 a 24 anos) e Jovem-Adulto (25 a 29 anos).
A delimitação da juventude está relacionada ao estabelecimento de uma Moratória Social, ou seja, de um conjunto de privilégios que é atribuído às pessoas nessa faixa etária em relação ao conferido aos adultos.
Houveram duas mudanças na compreensão de juventude após a Segunda Guerra Mundial:
A primeira é reconhecer como não só um momento de transição para a fase adulta, mas também um momento de vida com características próprias, logo os problemas vivenciados durante a juventude são signos de cuidado especial.
A segunda é de natureza jurídica: Pois aos adolescentes foram atribuídas particularidades legais. Recebem limites etários para o direito ou a obrigação de votar, permissão para dirigir, etc.
Conforme a expectativa de vida aumenta, o tempo de duração da juventude se prolonga. Devido a três fatores:
1° Aumento no tempo de estudo: Conforme os anos se passam, cada vez mais as pessoas precisam estudar e se especializar, para conseguir determinado emprego. Por exemplo: Cursar uma universidade deixou de ser um complemento, se tornou praticamente uma obrigação como a escola.
2° Independência Financeira Tardia: Ao passar muito tempo estudando e se especializando, muitas pessoas acabam ingressando no ramo de trabalho mais tarde, conseguindo se bancar e sair de casa com cerca de 30 anos.
3° Ampliação do hiato geracional: Jovens hoje em dia estão se tornando pais mais tarde, além de muitos outros que nem desejam ter filhos. (Pode prolongar ainda mais o tempo e disponibilidade dos estudos)
Juventude ou Juventudes?
Como consequência das Diferenças Culturais, as experiências vividas pelos jovens é particular em determinadas regiões, lugares e países.
Mesmo com essa diferença, a Globalização permitiu com que jovens do mundo todo se conectassem e tivessem experiências um pouco mais semelhantes. Exemplo: A vida de um estudante esforçado no Brasil é bem semelhante a de um estudante esforçado na Itália, pois vão para escola, estudam a tarde e regularmente utilizam seus dispositivos móveis para entretenimento ou comunicação.
Existe ainda outro fator que varia a experiência de cada jovem em particular, conhecida como Desigualdade Social, que marcam Classe, Gênero e Raça.
Logo, todos esses fatores mostram que: Com Condições Sociais Distintas Produzem Experiências juvenis Distintas.
Culturas Juvenis:
Nos tempos livres e espaços dedicados às atividades de ócio e de lazer, os jovens encontram condições favoráveis para estabelecer vínculos sociais e se dedicar a práticas não permitidas nos locais institucionais. Nesses lugares, nasce a Cultura Juvenil.
A Sociologia estuda essa Cultura de duas formas:
1° Abrange os modos de vida juvenis como um todo - hábitos, estilos, crenças, práticas.
2° Refere-se à produção simbólica - música, literatura, dança, cinema etc. (produzida e consumida pelos jovens)
Desta forma, as culturas juvenis podem possuir uma Estética quanto uma Ética, que se manifestam em formas de se comportar e vocabulários próprios com gírias e códigos.
É assim que os jovens criam redes afetivas, onde podem superar suas dificuldades comuns, resistir ás diversidades específicas da sua faixa etária e formarem novas visões de mundo.
Por outro lado, essas práticas podem levar a atitudes de Transgressão e de Ruptura com as tradições morais e com os regimes políticos. Como o Movimento Punk, Comunidades Hippies, Grupos Pacifistas, Grupos Feministas, Movimentos Anti-Apartheid e Movimento LGBT.
Todos esses movimentos, em sua maioria compostos por jovens, foram denominados ContraCultura, pois tinham a proposta de revolução dos costumes com base em novas formas de exercício da política, da cidadania e da liberdade individual.
Subculturas e Tribos Urbanas:
No século XX muitas culturas juvenis surgiram e existem até hoje, ainda que tenham perdido muitos adeptos. Entretanto, muitas outras foram criadas respondendo às questões sociais do período contemporâneo e propondo novos estilos de vida.
Aí se dá o nome de Subcultura, quando se divide/ fragmenta a cultura, formando novas caraterísticas e costumes mais privados a determinados grupos.
Grandes exemplos de Tribos Urbanas que surgiram nas últimas décadas em todo o mundo: Cosplayer, Fãs de bandas ou artista, Roqueiros, Grupos do Break e do Passinho, Samba, Hip-Hop, Saraus Literários, Batalha de Improviso e Grafite.
Existem, ainda, grupos de jovens considerados imorais ou ilegais, como os pichadores e gangues.
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